Boa noite!
Terça-feira pela manhã saímos de Mendoza em direção à divisa da Argentina com o Chile, e logo em seguida, a Cordilheira dos Andes.
Vou pular a parte desinteressante e ir direto a Cordilheira. A dimensão deste lugar é incomum. São montanhas que não acabam nunca, e a altura delas foge do que conseguimos mensurar. E na parte da Argentina, estradas em ótimo estado, que "pedem" que a gente acelere a moto; passamos por um pessoal com motos grandes nesse trecho(Yamaha R1, e assim por diante), que estavam fazendo justamente isso.
Essas montanhas atraem todo tipo de gente que busca aventura; pessoal das trilhas de moto e quadriciclo, motos de estrada, gente pedalando, correndo, escalando, enfim, é um lugar que se sente a adrenalina no ar.
Como estamos no verão, as montanhas estão todas sem gelo, com exceção de uma ou outra, e é claro, do Aconcágua.
Chegamos o mais perto possível dele, pois o acesso é restrito a "caminhantes", mas deu pra ter uma boa idéia do que se trata. O seu pico, ao contrario das outras montanhas, estava plenamente coberto de neve. Foi uma pena não poder chegar mais perto.
Mas foi na fronteira com o chile que atingimos a maior altitude: 3928m. Ao contrário do que pensávamos, não sentimos muito o efeito da altitude, até porque não se requer muito esforço físico para pilotar as motos(estávamos indo devagar). Senti alguma diferença na caminhada em direção ao Aconcágua, quando corri em uma subida e senti falta de ar. Mas nada que me afetasse muito ou que me deixasse tonto.
Já as motos sentiram bastante diferença na altura: a minha, apesar de manter uma performance razoável, começou a falhar muito. A XRE300 do Marco não passava de 70km/h em alguns trechos. A XT mal sentiu a diferença...
Minha moto começou a vazar muito óleo pela tampa do filtro, mas nada sério; apenas um tênis e calça manchados.
Logo após a Aduana, começaram os Caracoles; a descida não é muito íngreme, mas as curvas fechadas e o movimento intenso de caminhões tornam um lugar um pouco perigoso para as motos. Filmei toda a descida, quando chegar em casa vou colocar aqui.
Descemos a "serra" durante bastante tempo, passando sempre por pequenas cidades. Fomos em direção então a nosso objetivo: Valparaiso.
Para chegar lá, é necessário passar por Viñas del Mar; fomos pelo acesso mais rápido.
Ao chegar a cidade, que para nós era o "destino final", nos decepcionamos: uma cidade de trânsito caótico, cheiro ruim e de poucas atrações. Voltamos para Viña, pois nem Hoteis encontramos.
Agora sim: Viña de Mar é uma cidade muito bonita, também na costa do pacífico. Costeada por prédios, hóteis e pequenas praias. É possível dizer que seria uma Punta del Este do Chile.
Encontramos um ótimo hotel com facilidade, até com piscina térmica. A rua que passa aqui na frente é bem movimentada, e está cheia de restaurantes. Nossa janta foi ótima, pastéis de entrada, e de prato principal, um disco com variedades de carne e salada.
Dormimos um pouco mais pela manhã, para descansar, e fomos deixar as motos para trocar o óleo, na concessionária Honda.
Voltamos a pé, e paramos em um super mercado, onde compramos provisões e um frango assado para almoço. Neste local é que aconteceu uma coisa legal(ou nem tanto): um pequeno tremor(terremoto!!) foi sentido, e continuou depois em baixa escala. Filmamos como a água das garrafas se mexia. A funcionária do mercado ficou tão nervosa que ligou até pra família...
Voltamos para casa, dormimos um pouco, e depois fomos conhecer a cidade. O mar aqui é azulado, muito bonito, e a costa é rochosa. Acabamos pegando uma carroça turística para nos levar de volta para a concessionária, para pegar as motos.
Visitamos uma das praias, e finalmente "molhamos os pés" no pacífico. A água estava muito gelada, mas mesmo assim, as praias estavam cheias. O único que tomou banho foi o Marco.
Voltamos e tomamos um bom banho de piscina.
Acabamos de jantar, no mesmo restaurante que citei anteriormente, mas só comemos os pastéis.
O interessante de cruzar esses três países(Uruguai - Argentina - Chile) foi o seguinte: quanto mais longe do Brasil, melhor a qualidade de vida. Não digo na questão de ter dinheiro, e sim no sentido de aproveitar melhor o tempo, fazendo coisas que se gosta. As pessoas se divertem mais, descansam mais e comem melhor; e realmente é isso o que importa.
A Argentina, pode ter passado por crises e tudo mais, mas ainda assim, continua sendo um país de pessoas agradáveis e educadas, pelo menos nos lugares onde passamos; e qualquer lugar que se passa, até nos postos, eles só tem produtos de altíssima qualidade para venda.
E aqui no Chile, o pessoal vive muito bem, em todos os sentidos. E pelo jeito, aqui a grana sobra... carros como Mustang e Porsche 911 são bem comuns...
Bom, está ficando tarde, e ainda tenho que postar as fotos. Amanhã, voltamos pra casa.
Abraço pra todo mundo! E obrigado pelos elogios, mas acredito que estou escrevendo bem por causa da inspiração do lugar, e também por saber que estou dirigindo minhas palavras para pessoas que realmente estão interessadas(e preocupadas) com a nossa viagem. Até amanhã!